quarta-feira, 27 de outubro de 2010

9º Capitulo
- Não acha que está muito tempo fora não? Acho melhor que vá para casa Agatha. – Ele literalmente ignorou minhas perguntas, fugiu das respostas.
- Por que você não para de ignorar minhas perguntas? Você sabe muita coisa sobre mim, e o que eu sei de você? Nada Cedric eu não sei nada. – Falei com um tom bem autoritário.
  Não sabia o que ele iria me responder, mas eu não podia mais aceitar isso, ele não me contava nada sobre ele, eu apenas sabia seu nome e onde passava os dias, isso não é o suficiente não para mim, eu não parava de pensar nele a cada dia minha vontade de está perto dele aumentava, eu já não suportava esses mistérios. Não esperei que ele me respondesse e me levantei antes que eu partisse, ele me seguro pelas mãos.
- Venha aqui amanha antes do pôr-do-sol e terá todas suas perguntas respondidas, antes que me julgue saiba que não tive escolha eu não podia fazer nada se eu interferisse ia ser pior para você, eu sei que o amava muito e eu queria te poupar dessa dor mas não pude, me perdoe. – Seu tom era triste seu olhar mais ainda.
  Antes que eu pudesse reagir ele correu para o prédio, entrou e não saiu mais. Fiquei por um tempo ali parada pensando no que ele havia dito e não conseguia entender, ate que olhei minhas mãos e entre elas estava a foto do meu irmão, a ultima foto que ele tirou antes de partir a foto que eu procurei durante esse tempo todo e não havia encontrado e agora ela estava em minhas mãos, Cedric havia me entregado ela. Meus pensamentos estavam mais confusos que antes, o que aquela foto estava fazendo com Cedric? O que ele tentou interferir e não podia? Sempre com perguntas e nunca com respostas.
  Corri para casa, entrei rápido e fui para o quarto do meu irmão que ainda estava intacto, as lagrimas escorriam pelos meus olhos, meu coração estava acelerado, minhas mãos suavam frias. Abri o armário dele, revirei as coisas que meus pais ainda não tinham jogado fora, encontrei uma caixinha preta no formado de um caderno pequeno, sentei na cama, fiquei um tempo olhando a caixinha não sabia se era certo abrir e nem sabia o que iria encontrar, tomei coragem e a abri, ali tinha um caderno pequeno de capa branca que estava um pouco amarelada pelo tempo que ficou ali presa.
  Foliei as paginas e percebi que era quase um diário, quando ia o ler escutei os passos de meu pai na escada, o coloquei rápido dentro da minha mochila e sai do quarto.
- O que fazia no quarto do seu irmão Agatha? – Meu pai me olhava preocupado
- Nada pai, só senti saudades e pensei que olhando as coisas dele diminuiria um pouco. – Tentei ser o mais convincente possível.
  Ele terminou de subir as escadas e me levou para o meu quarto, sentou-me na cama e sentou ao meu lado.
- Eu sei que você ainda não aceita o que aconteceu com seu irmão, mas Agatha já faz um ano que ele morreu e ate hoje você não tinha demonstrado nada, o que ta acontecendo? Desde que viemos para cá você está diferente – Meu pai estava com um olhar triste e não conseguia me olhar nos olhos, ele estava evitando meu olhar.
- Ele se foi muito cedo e sinto muita falta dele, por que tinha que ser ele? Por que não eu? Eu também estava no carro, por que ele quis me proteger tanto ao ponto de dar sua vida por mim? – Minha voz era tremula, minhas lagrimas caiam sem parar.
- Ele te amava muito por isso te protegeu, por favor, minha princesinha não chore ele não gostaria de te ver assim.
- Desculpa pai – O abracei, mas ainda continuava chorando.
- Você não tem que me pedir desculpas – Ele me abraçava forte estava me sentindo tão protegida naquele abraço.
  Ele saiu do quarto e eu me deitei, fiquei olhando para foto que Cedric havia me entregado e ali percebi e entendi um pouco o que Cedric tinha dito, então pode ser verdade que ele não é um humano, ele queria me proteger talvez ele não seja mal, ainda havia duvidas.
 Coloquei a foto do meu lado e vi a mochila lembrei que tinha guardo o diário ali dentro, o peguei e fiquei mais uma vez olhando, o abri e apenas fiquei olhando a pagina tomando coragem de lê-lo. 

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

8º Capitulo
  Ele me olhava atentamente, seu sorriso me fazia delirar.
- Tudo bem Agatha? – Sua voz era calma
- Claro e você? - Minha voz tremia um pouco
- Estou bem, fará algo hoje à noite?
E agora? Se ele quiser sair? Eu marquei com Gregory e Serena.
- Marquei de sair com uns amigos, por quê? – O olhei com olhar de duvida
- Nada só por saber. – Ele sorriu e voltou para dentro
   Agora estava um pouco confusa, por que ele queria saber? Não fiquei ali para descobrir, fui direto para casa, tomei meu banho, me arrumei e fiquei esperando o carro dos Poirot’s, que não demorou muito para chegar.
   Entrei no carro, fomos a um restaurante que por sinal era ótimo, rimos bastante, Gregory sempre sendo o bobo, Serena sempre simpática e meiga, e eu pensativa porem disfarçando muito. O tempo passou muito rápido, já era tarde da noite quando cheguei em casa, estava tão cansada que bati na cama e dormi.
   O dia amanheceu, era sábado, não teria que ir a escola e também não veria Cedric, o que não me agradava muito, pois eu queria vê-lo, conversar com ele, estar a seu lado. Após o almoço fui andar um pouco, obviamente que fui para o lado da escola, chegando lá avistei ao longe Cedric novamente de branco sentado no banco que havia na frente da escola, enquanto me aproximava ele me olhava e sorri.
   Cheguei ao lado dele como se por acaso tivesse o encontrado, como se não estivesse lá só para vê-lo, o que era uma mentira, pois só havia ido para encontrá-lo.
- Cedric você aqui fora, que milagre? – Sorria enquanto falava
- Vim pegar um ar fresco, e você o que faz aqui? Hoje não tem aula. – Ele sorria
- É hoje não tem aula, vim apenas dar uma voltinha, pegar um ar fresco.
- Assim está explicado – ele continuava sorrindo – sente-se aqui vamos conversar um pouco.
  Sentei a seu lado e ficamos conversando horas e horas, a lua já está surgindo no céu e nosso assunto não terminava, sempre que acabava um começava outro, ate que percebemos a lua que estava linda, estava cheia e amarelada.
- Acho que demos sorte hoje, olha como a lua está linda. – Ele falava enquanto a admirava.
- Ela realmente está linda, gosta de admirá-la? – Eu sorria e olhava para a lua.
- É meu programa favorito ficar admirando-a, ela me faz sentir perto das pessoas que estão longe, me lembra muitas coisas.
- Que pessoas? Que coisas? – Falava e olhava para ele.
  Será que essas pessoas que ele falava eram seus pais? Amigos? Será que ele teria isso? Mais perguntas sem respostas. 

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

7º capitulo
   Havia muitas histórias, só que em todas havia uma coisa em comum:
  “Os antigos diziam que lá dentro vivem seres, muitos só fazem o bem, outros só o mau, eles estão reunidos lá, e nem todos os humanos conseguem vê-los. O humano só enxerga o que foi determinado a ele.”
  Como assim seres? Que seres?Cedric então não é um humano? Ele é o que? Por que posso vê-lo? Fui determinada a ele? E agora? Ele é bom ou mau? Muitas perguntas para minha cabeça, fiquei tonta com tantas coisas que pensava, larguei o notebook e fui me deitar. Tentei ao fechar os olhos não imaginar Cedric, mas era impossível, aquele rosto angelical não saia de meus pensamentos, mas agora eu já não sabia mais de nada, se tudo o que li for verdade ele pode me fazer muito mal ou me fazer bem.
   Não podia ficar pensando essas coisas tinha que dormir, fechei meus olhos e ali estava à imagem de Cedric, aos poucos o sono foi chegando ate que senti um vento frio, abri rapidamente meus olhos muito assustada, vi um vulto, meu coração disparou meus olhos muito arregalados, olhava para todos os lados não sabia o que fazer, foi ai que escutei a voz de Cedric:
- Feche os olhos e durma eu vou te proteger.
   Olhei pros lados procurando de onde vinha a voz, mas não encontrei nada e resolvi apenas obedecer, fechei meus olhos novamente meu medo estivera diminuído e aos poucos eu peguei no sono.
   Acordei com meus pais me chamando, me arrumei e fui para a escola, ainda estava pensando na noite anterior. Será que eu estava com tanto medo que meu celebro projetou aquela voz? Ou será que realmente ele falou comigo? Mais perguntas menos respostas, tudo que eu menos queria.
   Serena mais uma vez me esperava no portão da escola, cheguei perto dela a abracei e fomos para a sala, a aula logo iniciou. Por mais que eu tentasse não conseguia esquecer a noite anterior, não consegui prestar atenção em nada da aula, pois estava pensando muito em Cedric e em tudo que estava acontecendo. Queria poder desabafar e contar a alguém, talvez contar para Serena, só que não podia, pois não sabia o que realmente era o Cedric, e se for verdade que ele não é um humano e se ele for do mau?  Estava envolvida em uma historia muito complicada e por mais complicada que fosse não queria sair dela.
   Deu a hora do intervalo, antes de sair da sala olhei para o prédio e vi Cedric encostado na parede olhando fixamente para mim e sorrindo, sorri de volta e fui para o refeitório. Sentei na mesma mesa que Gregory e Serena estavam mal cheguei e Gregory tomou a iniciativa.
- Agatha o que acha de sairmos hoje? – Sorria enquanto falava
- Está bem, quem vai? – Sorri um pouco envergonhada
- Eu, você e Serena, pode ser?
- Sim claro como quiser -Como assim? Pensei que ele ia ME chamar para sair, pelo visto nada.
   O intervalo terminou voltamos para sala, da porta mais uma vez olhei para o prédio e lá continuará Cedric na mesma posição, sorri novamente para ele e sentei-me. A aula começou, queria muito olhar para Cedric sabia que ele ainda estava ali, sentia a presença dele, as horas passavam e eu lutava para não olhar, às vezes olhava rápido e ele não saia de lá. A aula terminou, guardei minhas coisas, olhei para Cedric e acenei disfarçadamente para ninguém alem dele perceber, ele viu e me retornou com um lindo sorriso no rosto. Fui ate o portão com Serena encontramos com Gregory marcamos o horário para sairmos, em seguida segui para casa, ao passar pelo portão do prédio, Cedric saiu e me parou, agora ele estava de preto, vou confessar que me assustei aquelas historias não saiam de minha cabeça, ele podia ser do bem ou não.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

6º Capitulo
  
   O dia amanheceu, estava uma manhã fria, fui para a escola mais cedo que costumo. Cedric não saia de meus pensamentos, havia pensado nele a noite toda, queria saber como ele realmente era, queria saber muitas coisas dele, mas como saber? Ele nunca me dirá. Não podia mais pensar nisso, a aula iniciou, meus olhos fixos no quadro e meus pensamentos no prédio atrás, o tempo passava e eu ficava um pouco mais confusa, porém determinada, decidi que não poderia mais esperar por respostas, e sim correr atrás delas, e o único que poderia me ajudar era o próprio Cedric.
   Assim que o sinal anunciou o termino das aulas, esperei que Serena e seu irmão Gregory partissem, não demorou muito e eu voltei ao prédio, mas agora eu sabia o que provavelmente encontraria lá. Minhas mãos suavam frias, sentia calafrios, mas não me deixei abater continuava andando, quando pensei em abrir a porta Cedric havia sido mais rápido.
- Já disse que você não pode vim aqui. – Falava enquanto saia do prédio.
- Mais por quê? O que há de tão perigoso ai que não possa saber? – Queria respostas, não podia ficar com isso confundindo minha cabeça.
 Ele me puxou para longe da porta, um lugar mais claro. Ele me olhava serio, parecia querer me devorar com os olhos, mas eu não conseguia sentir medo, seu rosto era tão suave, sua voz tão doce. Como sentir medo de um rosto tão angelical?
- Esqueça isso aqui, nunca mais volte você não pode mais voltar. – Parecia preocupado comigo e ao mesmo tempo querendo me colocar medo.
- Por quê? Eu só quero respostas para minhas perguntas, prometo te deixar em paz.
- Se eu te responder promete mesmo sumir?
- Sim eu prometo - Seus olhos me hipnotizavam, sua voz parecia musica em meus ouvidos, prometi algo que não sei se quero cumprir.
- Pode perguntar então Agatha – Quando pronunciou meu nome, meu coração bateu mais forte, não estava apaixonada por ele, não teria como está eu não o conheço.
- O que fazia lá dentro aquela noite? Quem é você? Por que é tão misterioso?
- Eu estava fazendo o mesmo que você, sou o que você está vendo aqui, não sou misterioso só que ali dentro a coisas que você não deve se meter.
- O mesmo que eu? Coisas tipo o que? - Sua expressão mudava a cada palavra dita por mim.
- Sim o mesmo que você, curioso para descobrir o que havia por dentro. Coisas que não posso lhe dizer Agatha, por favor, saia daqui não há nada que lhe interesse.
- Eu não entendo o que quer dizer com isso Cedric? Eu só quero saber não estou pedindo muito, essa historia confundi meus pensamentos.
- Apenas saia e não volte mais. – Seu tom parecia cada vez mais preocupado.
   Ele voltou para dentro do prédio sem dizer um adeus, olhou para mim enquanto entrava seu olhar parecia triste e ao mesmo tempo distante, não tinha mais nada a pensar a não ser o porquê disso tudo. Cedric parecia um anjo, o mais bondoso e suave deles, mas seu olhar parecia de um monstro, não queria me envolver com essa historia queria deixar Cedric em paz, mas algo em mim não permitia, eu sempre queria respostas.
   Como alguém como Cedric vive ali, alguém tão doce como ele, não dava para imaginar isso, não queria mais pensar nele, não queria mais pensar no prédio, mas não conseguia o rosto suave de Cedric ficara gravada em minha mente, sua voz doce em meus ouvidos.
   Sai dali ainda sem minhas respostas, o que Cedric disse não havia me convencido. Fui para casa, ao chegar fui rápido para meu quarto, peguei meu notebook e fui pesquisar sobre o prédio, quem sabe na internet eu encontraria algumas respostas, ate mesmo alguma pista. 

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

5º Capitulo

   Acordei apenas com a voz de Cedric, ao abrir meus olhos não o vi lá, percebi que em meu celular havia muitas chamadas perdidas todas dos meus pais, olhei para todos os lados procurando Cedric, percebi que não o acharia, então fui para a escola, no caminho liguei para meus pais.
- Alô – Disse com voz de sono.
- Filha – Disse minha mãe muito preocupada - Onde você estava? Quer nós matar?
- Calma mãe, desculpe-me por não ter avisado, eu dormi na casa da Serena, ela me convidou de ultima hora e não pude te avisar – Tentava acalmar minha mãe e não ficar de castigo.
- Dessa vez passa, mas nunca mais faça isso, por favor - Falou desligando o celular.
   Fui para a escola, lá estava Gregory e Serena a minha espera, suas expressões pareciam preocupadas. Serena logo que me viu correu e me abraçou, sentia seu coração bater muito rápido.
-Fiquei tão preocupada com você, como você está? Como foi lá dentro? Conte-me tudo – Sua voz não parecia de preocupação e sim de curiosidade.
- Eu estou bem, não se preocupe, foi normal fiquei com medo no começo, mas logo peguei no sono e nem vi a hora passar – Sorri logo após terminar de falar.
   Não podia nem queria falar sobre Cedric, por enquanto achei melhor esconder isso tudo. Gregory nos abraçou e disse:
- Não volte mais lá Agatha, por favor - Ele parecia estar muito preocupado
- Não se preocupe Gregory eu estou bem mesmo, não voltarei lá. – O abracei tentando confortá-lo, só que era obvio que eu voltaria lá sim, eu não iria deixar Cedric lá, eu não podia simplesmente esquecê-lo.
   O sinal anunciou o inicio das aulas, não esperamos muito e seguimos para a sala, ao chegar à porta dei uma leve parada e olhei para o prédio abandonado, avistei uma sombra que com certeza era Cedric, então entrei na sala. O dia não foi diferente dos outros, ajudei Serena em algumas matérias, passamos o intervalo com Gregory, a aula terminou e Serena mais uma vez me deu carona para casa.
   No caminho para casa já estava me preparando para as broncas que iria tomar de meus pais, quando chegamos. Meus pais já me esperavam na porta de casa e quando o carro estava parando eles vieram ate o carro.
- Você deve ser Serena, certo? - Minha mãe parecia calma, ela falava olhando para Serena.
- Sim senhora, por favor, me desculpe por ontem, sua filha dormiu em minha casa e não a avisei, eu a chamei de ultima hora para me ajudar em umas lições e quando chegamos, ela não perdeu tempo e já começou a me ensinar, prometo na próxima avisar com antecedência. - Serena parecia tão convincente que ate minha mãe acreditou.
   Sai do carro, me despedi deles e junto a meu pai fui para dentro de casa, logo atrás vinha minha mãe, subi rápido para meu quarto, deitei em minha cama, fechei meus olhos e a imagem que tinha era de Cedric, mesmo não sabendo como realmente era, fiquei lembrando a noite anterior, a voz de Cedric, suas mãos em meus ombros, lembrava cada detalhe sem esquecer nada, decidi que não ia ficar curiosa e que iria sim atrás de Cedric novamente, tinha que descobrir sobre ele. Continuei lembrando dele porem não demorou muito e peguei no sono.